quinta-feira, 10 de março de 2011

O Recurso

Escrito por John Grisham em 2008.

recurso Esse livro teve mais de 250 milhões de exemplares vendidos e foi traduzido em 29 idiomas.

Talvez tenha sido o livro mais complexo do John Grisham que eu tenha lido. Muitos dizem que foi o mais complexo que ele já escreveu.

A narrativa trata diversos focos. Uma mulher pobre, representada por um casal de advogados, vence um processo contra uma grande empresa, devendo receber 41 milhões de dólares. O motivo para isso é que a empresa poluiu a água da cidade e houve uma grande onda de câncer.

Diante disso, há uma apelação da decisão, que será decidida pelo Tribunal de Justiça do estado de Mississipi. Daí surge o foco da trama, que eu divido em pontos.

Primeiramente vemos a influência das empresas nos juízes americanos. Isso acontece porque há eleição para as posições, com disputa eleitoral financiada. Sendo assim, a polarização dos interesses é clara. Sobretudo há uma forte posição do conservadorismo religioso como máscara para obter votos e, com o uso deles, tomar as decisões realmente interessadas contrárias à população, omitidas no processo todo.

Além disso, é mostrada a dura vida dos advogados de tribunal, que sofrem com a morosidade da Justiça e vivem em busca de casos em que possam fazer um acordo rápido para terem dinheiro líquido. Com isso, muitas vezes a justiça se atrapalha.

Por fim, há o imundo mundo dos processos coletivos, com as corjas e urubus se aproveitando de uma possibilidade de indenização, querendo sua fatia.

Nesse livro o John Grisham é claro na sua crítica ao modelo corrupto de eleição do Judiciário, trazendo um final bem diferente de seu estilo, mas não menos competente e coerente.

Não é o meu livro preferido. A leitura é cansativa e o excesso de personagens causa um pouco de confusão. A parte crítica vale pela obra e a profundidade dos personagens, ainda que aqui não tenha sido tão explorada, continua sendo uma marca do autor.

Por ter se afastado um pouco dos crimes e do suspense, entrando mais na política e na conspiração, não pulei da cadeira; aliás, até demorei bastante para terminar de ler.

Mas não acho que valha menos e para quem curte suspenses é uma excelente pedida.

Recomendo.

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